Tratamento Cirúrgico ou Percutâneo da Estenose Valvar Aórtica em Paciente de Risco Intermediário?

Embora a troca valvar aórtica por cateterismo (TAVI) tenha se tornado hoje uma alternativa aceitável à Cirurgia “ a céu aberto” para tratamento de pacientes portadores de estenose valvar aórtica severa com alto risco cirúrgico, pouco se sabe sobre os resultados comparativos entre as duas modalidades de tratamento nos pacientes de risco cirúrgico intermediário.

Neste sentido publicação recente do New England Journal of Medicine (03 de Abril de 2017) mostrou os resultados comparativos entre as duas modalidades de tratamento em estudo randomizado que envolveu 1746 pacientes portadores de estenose valvar aórtica severa com intermediário risco cirúrgico, em 87 centros cardiológicos de referência. A prótese empregada por via percutânea foi do tipo auto-expansiva e a mais adequada na opção cirúrgica. Como objetivo primário a comparação entre mortalidade e incidência de AVC (Acidente Vascular Cerebral) no período de 24 meses de observação. Os autores concluíram pela não inferioridade do tratamento percutâneo (por cateterismo) com diferentes efeitos adversos em cada tipo de tratamento. Com o tratamento cirúrgico houve maior incidência de insuficiência renal aguda, fibrilação atrial e necessidade de transfusão sanguínea. Já com o tratamento por cateterismo houve maior necessidade de implante de marca-passos definitivos e de regurgitação aórtica de grau discreto. A abertura valvar das próteses percutâneas foi bem maior em todos casos resultando em menor gradiente de pressão transvalvar. No período de 24 meses não se observou nenhum grau de deterioração em qualquer dos tipos de valva implantada.

Por ICTCor
em 5 de julho de 2022