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Uma em cada cem crianças nascidas no Brasil apresenta alguma má-formação no músculo cardíaco, o que faz os problemas do coração serem o defeito congênito mais comum nos recém-nascidos. De acordo com o Ministério da Saúde (MS) cerca de 8% das mortes de bebês são causadas por esses problemas, sendo que 30% dos pacientes, casos mais graves, não sobrevivem ao sétimo dia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 130 milhões de crianças tenham algum tipo de cardiopatia congênita.
O que é esse tipo específico de problema cardiovascular?
A cardiopatia congênita é uma formação incompleta do coração e do sistema circulatório, que pode ocorrer nas primeiras oito semanas de gestação, fase do desenvolvimento embrionário cardíaco. Com a complexidade do sistema cardiocirculatório as alterações podem ser diversas, ocorrendo pela formação errática ou mesmo no desenvolvimento tanto de cavidades do coração, como problemas nas válvulas, veias e artérias relacionadas com o coração.
Sobre os sintomas
As cardiopatias congênitas são divididas em cianóticas e acianóticas. Assim como nos demais tipos de doenças cardíacas, há diferentes graus de comprometimento, também existem diferentes tipos de tratamentos, procedimentos e cirurgias. Para descobrir se um bebê já desenvolve o problema, o diagnóstico é feito por um ecocardiograma transtorácico, com doppler colorido, preferencialmente por um médico especializado em patologias congênitas.
As cardiopatias acianóticas são consideradas as mais frequentes, e os sintomas são caracterizados por casos de pneumonia recorrente e cansaço fácil. Nesse caso, as malformações geralmente podem ser na comunicação entre os átrios (CIA), na persistência do canal arterial (PCA), na comunicação entre os ventrículos (CIV) ou coarctação da aorta (CoAo), que nessa situação também apresentará hipertensão arterial como um indício.
Já as cardiopatias cianóticas vão ser caracterizadas especialmente pela presença da coloração azul-arroxeada na pele, mucosas ou unhas. Nas cardiopatias cianóticas é comum que aconteça uma mistura de sangue entre o rico em oxigênio e o rico em gás carbônico, bem como alterações nos fluxos sanguíneos, ocasionando assim essa carência em oxigênio na corrente sanguínea que resultará na cianose.
Dentre esses casos de cardiopatia, encontram-se:
As cardiopatias cianóticas apresentam uma grande incidência de casos mais simples, sem muitas complicações. Entretanto, em casos mais graves, pode ser necessário que se faça um transplante de coração.
Fatores para o desenvolvimento da doença
Não há um fator específico associado ao desenvolvimento de uma cardiopatia congênita. Existem fatores que aumentam a chance de problemas no desenvolvimento cardíaco no feto durante as oito primeiras semanas de gestação, e estão ligados a doenças crônicas maternas, como diabetes mellitus e lúpus eritematoso sistêmico, assim como a infecção por rubéola. Também medicações como o lítio, certos anticonvulsivantes e mesmo drogas ilícitas podem levar a mal formação.
Também são considerados fatores de risco a gravidez gemelar e a fertilização in vitro. Além dessas condições, histórico de cardiopatia congênita prévia ou em parentes de primeiro grau, também se mostram como fatores para maior incidência de alterações cardíacas nos bebês.
Qualquer doença cardíaca que seja diagnosticada mais tardiamente, e não tenha relação com o desenvolvimento embrionário do coração, recebe o nome de cardiopatia adquirida.
Os tratamentos
Os sintomas podem ser divididos de acordo com a manifestação da doença no bebê. Em casos de recém-nascidos, há dificuldade de mamar, cansaço, coração acelerado, suor excessivo na cabeça e nos pés. No primeiro ano de vida, há dificuldade de ganho de peso, problemas com o crescimento e aparecimento de sopro no coração, cianose (quando a criança fica com aparência roxa), desmaio, dor no peito e palpitações.
Para o tratamento pode não haver a necessidade de intervenção cirúrgica, ou em alguns casos ser necessário de três ou mais cirurgias para correção dos fluxos sanguíneos do paciente. Além disso, há possibilidade de as cirurgias serem curativas, ou seja, estabelecerem o sistema cardíaco habitual, levando a cura do indivíduo, ou paliativas.
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