Por conta disso, o especialista garante que não basta só cuidar do corpo, é importante também cuidar da mente. A dica serve para quem é fisiologicamente saudável e, principalmente, para quem já tem alguma doença cardíaca. “Os pacientes reagem às doenças cardíacas de formas diferentes. É comum que apareçam mecanismos de defesa como negação, deslocamento ou agressividade. O acompanhamento psicológico é de grande ajuda, tanto no processo de aceitação do problema de saúde, tanto na melhora da adesão ao tratamento, que nem sempre é simples”, relata Dr. Henrique.
Afinal, porque uma época que carrega uma tradição tão positiva causa, para alguns, sentimentos prejudiciais? De acordo com a psicóloga do corpo clínico do ICTCor, Marianna Cruz, isso se dá pelo simbolismo de fechamento de ciclo, que traz reflexões do desempenho e aproveitamento que cada pessoa fez do seu tempo. “Se a pessoa não viveu dentro de seu propósito de realizações, é comum que ela entre em um ciclo de autocobrança intensa. A insatisfação mina as energias e prejudica a autoconfiança e autoestima das pessoas. Esse processo costuma acontecer também em vésperas de aniversário”, relata.
Uma vez que é inevitável passar por esta época do ano, como blindar o coração dos males que algum desequilíbrio psicológico pode vir a trazer para ele? Marianna recomenda o desenvolvimento de uma postura mais respeitosa, amorosa e compreensiva consigo mesmo. “É importante entender que a autocobrança não é uma qualidade. Ela impede que nós façamos mudanças e reconheçamos o que temos de bom, nossas conquistas”, garante a psicóloga, que compara a prática da autocobrança com andar em um carro com o freio de mão puxado.
Ainda segundo a especialista, o primeiro passo para isso é ser grato. “A gratidão é uma das forças fundamentais para o fortalecimento da saúde emocional do ser humano. O hábito de agradecer traz bem-estar, aumenta a autoestima e, consequentemente, traz forças para gerar mudanças. Respeite suas limitações, se valorize e agradeça pequenas conquistas”, indica.
Para finalizar, Marianna ressalta a importância de procurar um profissional. “Caso a pessoa não consiga colocar isso em prática sozinha, a psicoterapia é extremamente indicada”, garante, reafirmando que o acompanhamento psicológico é essencial, principalmente para os cardiopatas. “Passar por momentos emocionalmente difíceis pode agravar bastante quadros de doenças cardíacas, mesmo naqueles pacientes que mantenham hábitos saudáveis. É preciso ter um equilíbrio entre mente e corpo, com acompanhamento cardiológico e psicológico”, recomenda.